quinta-feira, 17 de maio de 2007

Amizade de Astros

“Éramos amigos e nos tornamos estranhos um para o outro.
Mas é bom que seja assim, e não procuraremos dissimular nem disfarçar, como se devêssemos ter vergonha disso.
Como dois navios que seguem cada um seu rumo e seu próprio objetivo, assim, sem dúvida, poderemos nos encontrar e celebrar festas entre nós, como já fizemos antes – e então, os bons navios repousavam lado a lado, no mesmo porto, sob o sol, tão tranqüilos que se poderia dizer que já tinham chegado ao seu objetivo e tivessem tido a mesma destinação.
Mas, em seguida, o apelo irresistível da nossa missão nos levaria de novo para longe um do outro, cada um sobre mares, rumo a paragens, sob sóis diferentes – talvez para nunca mais nos revermos, talvez para nos revermos uma vez mais, mas sem nos reconhecermos: mares e sóis diferentes provavelmente nos fizeram mudar!”


(Amizade de Astros – Nietszche)

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